Herberto Helder – redivivo

A 23 de Março, dia em que se assinalou o primeiro aniversário da morte do maior poeta português da 2ª metade do século XX, a Direcção Regional da Cultura da RAM promoveu a realização no auditório do Arquivo Regional e Biblioteca Pública da Madeira a conferência “Herberto Helder – redivivo”, por Diana Pimentel, docente universitária e investigadora que há anos estuda e tem publicado diversas matérias sobre a obra de Herberto.

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© Miguel Jardim

Na brochura disponibilizada ao público pode ler-se:

“Não há força de braços que suporte o movimento da pedra pedríssima do imenso “corpus” poético de Herberto Helder: trata-se de uma força elementar e arterial, circulatória e incendiária, que opera principalmente sobre e com a sua própria voz.

Desde os anos cinquenta do século XX e provavelmente para o século futuro que falta para que se aprenda o seu ofício cantante, a leitura de Herberto Helder gera um tremor correlato da dicção da primeira e da última palavra: o seu poema contínuo é inicial, corpo órgão a órgão em gestação ininterrupta.

É inevitável aceitar-se que a poesia maior do século XX e XXI é trespassada pelo curto-circuito que a voz de Herberto Helder funda e é. Cegos, fracos e afásicos, salvar-se-ão os seus leitores se souberem que o prestígio da poesia é menos ela não acabar nunca do que propriamente começar. É um início perene, nunca uma chegada seja ao que for.

Depois de não existe antes de Herberto Helder: há a poesia, rediviva.”